segunda-feira, 26 de maio de 2014

Retornando à Europa na Primavera de 2014- Conhecendo os lagos e os Alpes Austriaco


       Dia  4 de maio -domingo




         O dia amanheceu limpo e indicava que a chuva  não iria aparecer. Tomamos nosso café no quarto e nos preparamos para esperar o motorista. Este primeiro retrato  foi tirado do corredor do hotel.



           Estavamos no hall do hotel esperando nosso motorista, quando ele chegou no horário combinado, estacionou o carro e foi ter acesso a internet do hotel. Poucos minutos depois já estavamos de partida para a nossa aventura nas montanhas e lagos da Austria.



          Na noite anterior eu tinha lido alguns blog que desse algumas dicas como aproveitar melhor o dia. O nosso motorista também tinha estudado alguns roteiros e chegamos à conclusão que o melhor caminho seria  a direção da região de Salzkammergut e passariamos por St. Gilgen, St Wolfgang e nossa para final seria Hallstatt .
     No blog orientava para seguir pela Wolfgangsee strasse e depois pela B 158 que era o trajeto mais bonito.
    Esta pessoa do blog dizia que este passeio foi mais interessante que  visitar Salzburg. Ela achou que Salzburg explora muito o turista.
     Algumas informações que encontrei pesquisando os blogs:  
Salzkammergut em alemão significa "terra dos depósitos de sal", nome plenamente justificado pela imensa quantidade de minas de sal da região, fonte de riqueza para os reis da dinastia Habsburg por centenas de anos (e até para tribos célticas, antes mesmo dos Romanos) . Lembrem-se que até o início das grande navegações e a consequente descoberta de novos fornecedores de especiarias, para temperar comida a única coisa decente que os cozinheiros tinham à mão era sal. E a realeza austríaca controlava boa parte das minas produtoras desse produto na Europa. Só mais recentemente, depois da 2a Guerra Mundial, os austríacos descobriram o potencial turístico da região, ideal para passeios, iatismo, prática de esportes aquáticos, banhos de sol,  escaladas, ciclismo, hiking, atividades de inverno e muitas outras oportunidades de lazer. 
A Áustria possui mais de 300 lagos, fruto de antigas geleiras que derreteram e formaram montanhas e imensas áreas de água doce. Os maiores e mais impressionantes lagos do país se concentram aqui.
         As paisagens  cada vez se tornava mais deslumbrantes. Cidades pequenas, casas  no campo, os lagos com suas águas cristalinas, as neves eternas, as florestas com um matizado de verde.
         Sempre davamos uma paradinha para admirar mais de perto a paisagem e registrar  com a  nossa máquina fotográfica e fazer uma bonita filmagem



         A beleza era de chamar a nossa atenção: montanhas nevadas, lagos cristalinos, casas no meio do campo e tudo isto passava uma paz muito grande.





 É muito legal perceber na paisagem a harmonia, o jeito que as cidades da região de Salzkammergut se mesclam com suas pequenas fazendas, sem nos deixar perceber quando termina uma e começa a outra.



                Depois de algumas paradas chegamos   à cidade de 
St. Gilgen, às margens do lago Wolfgangsee, de 13 quilômetros quadrados e 15 quilômetros de extensão (muito delgado).
       Sempre as montanhas  bem esverdiadas com seu topo nevado nos acompanhava para enfeitar o nosso caminho.
      Como passeavamos  no ínicio da Primavera – completamente fora de temporada (Jun-Ago),  frequentemente encontravamos vilarejos de incrível beleza, como que abandonados, parecidos com uma cidade fantasma. Explica-se. A maioria das casas de veraneio e hotéis se encontravam vazios e, consequentemente, praticamente não havia movimento ou comércio. 


         Passamos por várias estações de esqui, mas não estavam funcionando pois a neve não dava mais condições. Paramos em uma para fazermos um lanche, mas entramos no restaurante , como a demora do atendimento estava demais, resolvemos  almoçar mais para frente.
     Nesta estação notamos que o teleférico estava desativado. O que parece ser mais movimentado nesta época é o ciclismo, pois encontramos várias pessoas, inclusive idosos, que nos chamou muito a atenção.
      Estava tendo um tour  de ciclismo, mas já chegamos no final quando os organizadores já estavam  desativando e liberando a estrada.



             E os lagos  e as montanhas  continuavam nos seguindo para o nosso prazer.
            Já estavamos nos aproximando de Hallstatt.


                Logo que chegamos , procuramos um local para estacionar o carro. Claro que este lugar não ficava no centro da cidade. Andamos um pouco , sempre lado a lado com o lago , e procurando fazer um caminho mais curto, passando até por ruas mais estritas e fundo de casas.


      Andando um pouco mais , o nosso guia chamou a nossa atenção pra as marcas das enchentes. Ele nos disse que algumas marcas com as datas tinham sido no mesmo período de Praga.
     Continuamos a nossa caminhada até chegarmos na Praça, onde depois de tirarmos alguns retratos  e fazermos as nossas filmagens, resolvemos almoçar. Para ganharmos tempo, encontramos uma barraca,onde várias pessoas estavam fazendo um lanche e que possuia umas mesas do lado de fora, que ficava bem em frente do lago. Comemos a nossa salsicha  apimentada acompanhada de  pão que é muito tradicional  e tomamos um refrigerante.




          Parece que a região de Salzkammergut se transforma a cada mudança de cidade, apesar dos ingredientes serem basicamente os mesmos: lago, montanha, florestas (tipicamente de pinheiros) e construções de arquitetura austríaca. O lugar é tão bonito – mesmo para os padrões da região – que muitos nazistas famosos decidiram morar aqui, como o famigerado SS Adolf Eichmann, o maior "arquiteto" do Holocasto. 


      Depois do nosso lanche, meu marido resolveu que iria ficar sentado, admirando aquela linda paisagem e eu juntamente com o nosso motorista queriamos conhecer uma igreja que ficava no alto da montanha que possuia  um local com os cranios pintados.
     E começamos a nossa longa caminhada pela rua que ficava colada ao lago.
   


       As casas que a compõem Hallstatt ficam tão próximas umas das outras, que muitas só tem possuem acesso pelo lago. Ruelas se cruzam em meio aos telhados das casas. Bizarro e encantador, ao mesmo tempo. Um verdadeiro cartão postal vivo, não importa o tempo que esteja fazendo ou o ângulo em que você bata a foto.


               cidade de Hallstatt, às margens do lago Hallstätter e no sopé das montanhas Dachstein, o ponto alto de minha road trip pela região deSalzkammergut. Trata-se de um dos patrimônios da humanidade segundo a UNESCO, um pequeno vilarejo medieval inteiramente à beira do lago, tão, mas tão bem preservado, que nenhum carro pode passar por essa cidade de pedestres e ciclistas: os austríacos construíram um túnel por baixo da cidade que te leva ao outro lado da rodovia.


         Depois de uma boa caminhada, chegamos em uma praça que estava tendo a premiação de um tour de ciclismo.
      Notamos que a igreja ficava  encravada parte bem alta da montanha. Subimos as escadas e chegamos e chegamos na entrada da área da igreja , que começa com um cemitério muito bem tratado.



          Visitamos todo o cemitério e entramos na igreja. Notamos que não era o local  que estavamos procurando ( os  cranios pintados).




        Aproveitamos para tirar alguns retratos, tendo a visão da cidade e do lago do alto.




          Predominantemente barroca em estilo, ela é muito antiga (fundada em 1311, mas com bases de 5.500 AC) e comprovadamente aqui surgiu a primeira mina de sal comercial da Europa. 

   

        Passamos outra vez por dentro do cemitério, ao lado da igreja e encontramos o local que tanto procuravamos.É exatamente este local da foto abaixo. Fica um senhor que cobra 1,50 euros. É uma sala pequena onde na parte superior ficam os crânios arrumados e na parte inferior, bem empilhados e arrumados os os outros ossos.
      Observe no retrato superior, que os crânios são pintados. Fomos informados que os pintados coloridos, são de pessoas jovens e que as pessoas idosas eles são  pintados de cores escuras.
      Quando daí saimos fomos  encontrar meu marido que estava sentado no local em que  fizemos o lanche.
       Estavamos bem cansados. Quando nos encontramos, ficamos ainda admirando a linda paisagem e fomos para o estacionamento  para voltarmos para Salzburg.
       Quando chegamos no hotel percebemos que tínhamos andado 250km , já eram 18 horas mais o dia tinha sido um dos mais agradáveis da nossa viagem, até aquele momento.
      Este é um local que deve ser visitado antes de morrer. A beleza da natureza, a paz e a dedicação das pessoas que tratam deste lugar.
      As montanhas e os lagos da Áustria devem fazer parte do roteiro de viajantes exigentes e apreciadores do que é bom e belo.
   

         Algumas informações extras:


       A grande atração de Grundlsee  se encontra   em um tesouro "escondido", que só se alcança depois de uma caminhada de 15 minutos por dentro da floresta, em uma trilha selvagem. O prêmio chama-se Toplitzsee, o famoso lago "nazista" que, reza a lenda urbana, abriga em suas profundezas caixas e caixas de ouro do Terceiro Reich, supostamente escondidas ali um pouco antes do final da Segund Grande Guerra. Aparentemente os Nazis também usavam o lago para testes militares e para esconder barras do metal amarelo. Muitos caçadores de recompensa acabaram pagando com a vida nas suas loucas tentativas de explorar as peculiares águas escuras e frias do lago: além da profundidade incomum (108 metros no total), não há oxigênio depois da marca de 20 metros, devido a alta salinidade. As autoridades intervieram e hoje o mergulho autônomo é proibido. Pouco ouro de verdade foi encontrado, mas diversos artefatos alemãs, incluindo munição, armas, explosivos, torpedos e até dinheiro falso (libras esterlinas, projetadas para enfraquecer a economia inglesa) foram encontrados aqui. 

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