Dia 27 de março- quarta feira
Como de costume, acordamos mais ou menos às 8 horas e às 8 e meia já estávamos os três, tomando café no nosso quarto. Conversamos um pouco, falamos do frio ( eu tinha levado um termômetro que marcava a temperatura externa). Ele foi muito útil pois era o nosso marcador da quantidade de roupas que deveríamos usar.
Mais ou menos às 9 e meia já estávamos no hall do hotel esperando a nossa guia. Aproveitamos para tirarmos alguns retratos. Não é todo dia que temos neve e frio.
Hoje, iriamos fazer o nosso tour pela antiga parte Ocidental de Berlim ( aquela que ficava dentro do muro) e era administrada pelos franceses, americanos e ingleses.
Descemos a avenida e quando chegamos na Alexander Platz pegamos um metrô de superfície e como só iriamos usar 3 estações, a nossa guia comprou o trecho curto, onde pagamos somente 1,40 euros cada pessoa e saltamos na gare principal de Berlim.
Fomos direto para o Setor Politico onde se encontra a Chancelaria e despacho da Primeira Ministra Angel Merkel, vimos o Parlamento que fica em frente a uma coluna de prédios construídos depois da queda do muro e que era o local onde os Parlamentares e os seus assessores trabalhavam.
Foi muito emocionante ver a marca no chão por onde o muro passava. Até mesmo uma marca por cima do Rio Spree. Junto ao rio existem várias cruzes que indica a morte de pessoas que tentaram ultrapassar o muro e foram mortas.
Paramos um pouco para fazer um lanche e depois fomos ao local onde foi construído um subterrâneo para Hitler viver. Ele queria fazer do local uma Germânica que seria a capital do mundo. Mandou destruir todos os prédios da proximidade, mas o único que ficou em pé, foi o Banco da Suiça que não aceitou ser transferido para outro local e como ele colocava neste banco todo o dinheiro dos judeus que eram mandados para os campos de concentração, ele se dobrou.
Notamos na frente do parlamento umas inscrições que foram feitas com os restos de um canhão deixado por Napoleão. Significa ; " A Alemanha para os Alemães".
Depois da guerra, a população diminui muito e os terrenos que ele havia desabitado várias casas ficaram abandonadas. A Sony e a Mercedes compraram a preço muito baixo.
Notamos uma construção de um prédio que imita o Monte Fugi do japão, onde possui um teto com um plástico branco para imitar as neves eternas.
Visitamos o memorial dos ciganos , pois eles também foram perseguidos pelos nazistas e o Memorial dos Judeus é representado por várias lápides em várias alturas, copia do cemitério de Praga, onde foram enterrados tantos judeus que o terreno não aguentava e ficava com alturas irregulares, pois o terreno cedia.
Nossa guia falou que a Noite dos Cristais, coincide com o dia da derrubada do muro e por isto não é comemorado.
Fomos na Pariser Platz onde se encontra o Portão de Brandeburgo. Ele fica na divisa da parte oriental da ocidental. Na parte superior do portão tem a Deusa da Guerra puxada pelos 4 cavalos e tem uma águia e uma cruz, que representa a Prússia. Na época da guerra, Hitler mandou tirar a cópia em gesso de tudo que ele achava que deveria ser conservado. Nesta época ainda não tinha a águia.Quando a Prússia conquistou Berlim, acrescentou as duas coisas.nos bombardeios ,os próprios alemães destruíram a Quadriga e só resta de original a cabeça, que está guardada em um museu.
Quando a Quadriga foi roubada e levada para a Prússia, foi encontrada 9 meses depois em um subterrâneo próximo ao Louvre , na França.
Brandenburger Tor ( Portão de Brandenburgo)- Um dos principais monumentos da Alemanha, inaugurado em 1791, em memória de Frederich II, situa-se em ponto estratégico da cidade, a partir do qual pode-se , à pé conhecer boa parte dos pontos turísticos da cidade. O Portão de Brandenburgo, inspirado na Acrópole grega, possui 26 metros de altura, é sustentada por 6 colunas dóricas e possui em sua parte superior a Quadriga ( carro romano puxado por 4 cavalos) dirigida pela Deusa Vitória.
O último local que visitamos com a nossa guia, foi o Memorial do terror, onde se encontra uma parte original do muro e uma exposição com os crimes de guerra. é um verdadeiro local de terror. É um local para muita reflexão, muita tristeza.......É difícil imaginar até onde o ser humano pode chegar. É um local que não tem palavras para expressar o acontecido.
O muro era duplo e tinha um corredor ( corredor da morte) que era vigiado 24 horas.
Neste local também vimos o padecimento e o desespero das pessoas que tentavam ultrapassar o muro.
Dentro no Museu do terror choca as imagens dos judeus sofredores e os banquetes dos nazistas.
É um local muito chocante.
Queremos agradecer a nossa guia Maristela que muito nos ajudou, desde a nossa chegada em Berlim, nos esperando no aeroporto e todas as informações que foram passadas com muita dedicação e amizade. Muito aprendemos da história de Berlim.
Fomos em uma loja de lembrancinhas e logo depois fomos andando, que era perto, ao Check- Point onde tiramos alguns retratos e vimos as demonstrações que fazem imitando a época da existência do muro. De um lado temos o retrato de um soldado americano e do outro lado de um soldado soviético.
Neste local , nos despedimos da nossa guia, agradecendo toda a contribuição cultural que ela nos deu e todo o apoio desde a nossa chegada no aeroporto. Pegamos um táxi e fomos até o hotel. Fizemos uma grande bobagem, pois era para ter saltado no restaurante que tínhamos ido no dia anterior que ficava em frente ao shopping, quase na praça Alexander Platz. Saltamos do táxi e andamos até o restaurante debaixo de todo frio. Comemos uma lasanha muito gostosa, num ambiente bem quentinho. Depois do almoço fomos ao lado do shopping, que estava tendo uma feira de artesanato e eu e minha irmã compramos para ela e meu marido um gorro e uma proteção para cabeça e pescoço. Estava tendo uma apresentação de música mas como meu marido tinha ficado na lateral do shopping , não demoramos.
Voltamos andando para o hotel, com todo frio que Deus deu. Nunca sentimos tanto frio na vida. Meu marido e minha irmã reclamavam o tempo todo do frio na cabeça e das mãos, apesar de toda proteção.. Eu consigo administrar bem o frio. Minha irmã só ficava com os olhos do lado de fora.Passamos no mercadinho e fomos para o nosso quarto, onde tomamos nosso café, conversamos um pouco e eu minha irmã fizemos mais ou menos um resumo do que tinha sido visto em Berlim. O nosso quarto, tinha uma porta de comunicação com a de minha irmã.
Fomos arrumar a bagagem pois amanhã, às 9 horas , um outro guia, Milos viria de Praga, nos pegar em Berlim para nos levar para Praga, passando por Dresden.
Segue algumas informações:
Noite dos Cristais- ( Reichskristallnacht ou simplesmente Kristallnacht ( é o nome popularmente dado aos atos de violência que ocorreram na noite de 9 de novembro de 1938 em diversos locais da Alemanha e da Áustria então sob o domínio nazi ou Terceiro Reich. Foi uma destruição de sinagogas, de lojas de habitações e de agressões contra as pessoas identificadas como judias.
Para o regime foi a resposta ao assassinato de Ernst von Rath, um diplomata alemão em Paris, por Herschel Grynszpan, um judeu polaco, condenado múltiplas vezes a deportação da França.
A pedido de Adolf Hitler, Goebbels instiga os dirigentes do NSDAP e os SA a atacarem os judeus. Heydrich organiza as violências que deviam visar as lojas de judeus e as sinagogas. Numa única noite 91 judeus foram mortos e cerca de 25.000 a 30.000 foram presos e levados para campos de concentração. 7.500 lojas judaicas e 267 sinagogas foram reduzidas a escombros.
As ordens determinavam que os SA deviam estar vestidos à paisana, a fim que o movimento parecesse ser um movimento espontâneo de uma população furiosa contra os judeus. os incêndios também chocaram uma parte da população, mas não o fato de que os judeus tivessem sido atacados fisicamente.
A alta autoridade nazista cobrou uma multa aos judeus de um bilhão de marcos pelas desordens e prejuízos dos quais eles foram vítimas.
O nome Kristallnacht deriva dos cacos de vidro ( vitrinas das lojas, vitrais das sinagogas, entre outros ) resultante deste episódio de violência racista.
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Em virtude a derrota na Primeira Guerra Mundial pelo Tratado de Versalhes, a Alemanha se obrigou a pagar somas de dinheiro, em vista disso o país entrou em uma crise econômica, o que gerou grande espiral inflacionária em setembro de 1923, o pão de centeio chegou a custar 3,6 milhões de marcos, no ápice da crise um dólar valia 4,2 trilhões de marcos.
O ano de 1932 foi marcado pela Grande Crise Econômica Mundial e Berlim, cidade cosmopolita e industrial, foi duramente afetada com a crise. Em dezembro de 1932 a taxa de desemprego atinge o patamar de 630 mil pessoas, diversas manifestações eclodem na cidade. A república é enfraquecida pela ascensão da esquerda e dos nazistas. Adolf Hitler chega ao poder em janeiro de 1933, tornando-se o chanceler da Alemanha.
Importante notar que Berlim não é o berço do movimento nazista, que se originou no sul da Alemanha, no Estado da Baviera ( capital Munique), contudo, Berlim era a capital do país e, forçosamente as ações desencadeadas pelos nazistas tinham como epicentro a cidade.
Em 10 de maio de 1933, ocorre a famosa queima de livros proscritos pela ideologia nazista( Marx, Freud etc...) na Opernplatz ( Praça da Ópera) em Berlim e ennm diversas cidades do país ( Bonn, Dresden, Frankfurt, Munique etc...)
Como resultado da ideologia nazista, Adolf Hitler suicidou-se em 30 de abril de 1945, no Bunker existente no subsolo da Chancelaria Alemã em Berlim ( Vosstrase número 6 , Mitte ) e a cidade foi repartida entre os principais países aliados ( União Sovietica, França, Inglaterra e estados Unidos, tornando-se uma ilha no meio do território.
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Berlin Mauer ( Muro de Berlim )- cerca de 1,3km subsistem em pinturas de artistas de várias partes do mundo, daí porque, agora, denominada East Side Gallery. Verdadeiro monumento dedicado à paz e a democracia, sucedâneo da guerra fria e autoritarismo que separaram Berlim na era comunista.
O Muro de Berlim era uma barreira física, construída pela República Democrática Alemâ ( Alemanha Oriental ) durante a Guerra Fria que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA) que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos e República Democrática Alemã (RDA), constituídos pelos países socialistas simpatizantes do regime totalitário soviético.
Construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, dele faziam parte 66,5km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda.
O muro no inicio era uma cerca de arame que evoluiu até transformar-se, no ano de 1975 em um muro com 3,6m de altura, 1,2m de largura e 140 km de comprimento.
Este muro era patrulhado por milhares da Alemanha Oriental com ordens de atirar para matar os que tentassem escapar, o que provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas.
Para conhecer mais da história de Berlim e do mundo, a cidade conta com mais de 170 museus. O museu Pergamon com o seu famoso altar Pergamon, um dos mais visitados da cidade, possui valiosas obras da antiguidade grega e romana além de importantes artefatos do Médio Oriente.